É uma das várias vilas de pescadores da costa benguelense. Transformada em lugar de passagem, a Caota merece um olhar mais atento.
Caminhar ao longo deste areal branco entalado entre os morros que furam o mar transmite tranquilidade.
Sem a confusão às vezes incómoda das principais praias desta linha de costa.
Aqui, as águas são cristalinas e a vida tem esse ritmo próprio dos lugares pequenos à beira-mar. Traineiras coloridas vão e vêm.
Homens lançam ao mar os seus pequenos barcos de madeira, remando e remando até onde só eles sabem que estão os cardumes, abundantes nestas águas.
Em terra, o peixe seca-se debaixo do sol tórrido, pronto para se transformar em pitéu.
As casuarinas alinham-se aqui e ali, nessa sombra que só elas sabem projetar do alto dos seus pés de areia.
Por baixo delas, pequenos estaleiros martelam os esqueletos de embarcações tradicionais que logo ganham corpo e histórias de mar.
Outros barcos – velhos, enferrujados, fantasmas – permanecem encalhados na baía da Caota.