História

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O reino de Benguela foi criado em 1615 como resposta ao contexto vigente na época e à necessidade, então identificada pela coroa lusa, de fazer a ligação por terra entre a costa ocidental africana e Moçambique, visando a fortificação e consolidação do reino de Portugal.


Por essa altura, Angola ficou geograficamente estruturada por "três reinos", sendo eles o do Khongo, então feudatário de Portugal, o de Angola e o de Benguela, com regimes administrativos de tipo autônomo, sob ordens de um governador com a função de Capitão-tenente de Angola.

Para tal, os conquistadores da época, ao serviço da coroa portuguesa massacraram e submeteram à escravidão as populações Vandombe de Cingongo (cujo sistema sociopolítico, por serem povos pastores, era instável) e edificaram um presídio.

Contudo, não se verificaria a possibilidade da exploração da região como se previu, nem a localização da cidade foi a mais favorável, pela existência de pântanos e de um subsolo cujo principal recurso era o cobre, de qualidade aquém da esperada.

Nestas condições, emergindo entre quintalões mercantis, desenvolveu-se um entreposto comercial, alimentado pelos armadores negreiros, que tomou a designação de Mbaka, do qual se ergueu a configuração arquitectónica da actual cidade de Benguela.

Até ao séc. XIX a rota saída de Mbaka interligava-se com o resto do sertão através de Mbalundu ou passando por Kakonda Ciyaka, Cipeyo, Wambu e Sambu, tendo em vista alcançar o kovongo, por ser o importante sertananejo do Bié que dava acesso ao resto de África.

Depois das comunidades pré-históricas, a difusão etnolinguística Bantu veio criar as premissas institucionais que permitiram a instalação, entre 1615 e 1975, de povos doutras regiões do continente ou doutros continentes, como sejam portugueses,holandeses, franceses, brasileiros, árabes, judeus e senegalenses.

A industrialização regional iniciada no final do séc. XIX, com as fábricas de açúcar, o porto e a rede ferroviária, foi atraindo uma mão-de-obra variada de diferente partes do mundo. Com a mudança das estratégias de penetração europeia, a partir de meados do séc. XIX, assistiu-se a uma escalada de conflitos em todo o território angolano, excepto em Cabinda, por respeito aos tratados de proteção assinados com os portugueses .

Em 1885, as diversas potências europeias colonizadoras assinaram os denominados acordos de Berlim, nos quais foram estabelecidos os tratados com vista a delimitar os vários territórios de África.

Além da progressiva definição da fronteira de Angola, através de acordo pontuais com os países colonizadores vizinho , os acordos previam a instalação de um Governo efetivo do território, o que implicou uma intensificação da ocupação militar e um aumento dos incentivos à fixação de agricultores no interior do país, sob pena de perda do reconhecimento do direito à colônia pelos restantes países europeus, 'essencialmente França, Holanda, Alemanha, Bélgica e Inglaterra. A partir de 1869, Angola passou a contar com 3 distritos: Luanda, Benguela e Moçâmedes (Namibe).

Mais tarde foram criadas em Benguela as vilas do Bocoio, do Balombo e da Ganda. A fundação da cidade do Lobito em 1913 teve uma motivação diferente, uma vez que ocorreu como resposta á geopolítica internacional, através do investimento na área dos transportes, que se traduziu na construção do caminho de Ferro de Benguela e do Porto Comercial do Lobito, para ligar o interior de África á Europa colonizadora. A queda de cotação internacional do sisal mudou o rumo de Benguela. A reconversão da actividade económica foi feita através de uma aposta na pesca. A costa de Benguela é muito rica em recursos piscatórios e o desenvolvimento da actividade pesqueira levou ao crescimento da população residente.

A partir de 1940 povos de outras origens, como os alemães, cabo-verdianos e são-tomenses fluíram em grande escala para a região. De 1961 a 020 Benguela alterou o mosaico socio-cultural consideravelmente. Ao mesmo tempo que as populações de origem europeia emigravam por causa da guerra, esse mesmo motivo fazia as populações do interior do país migrarem para o litoral.

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