A poucos quilómetros da Baía Farta, numa curva da estrada que contorna o semi-deserto do centro-sul de Angola, a Macaca é areal de palmeiras e coqueiros, cravejado de salinas.
Patrimônio natural que nos relembra os dias em que Benguela era zona piscatória a sério.
Os macacos que por esta zona abundam, pequenos e matreiros, deram o nome à praia que é conhecida na região pelas suas salinas – as primeiras a surgir na região, ainda nos “tempos da outra senhora”.
No total, são três hectares de terra feita quadradinhos pequenos, onde se vão amontoando cristais brancos, água do mar numa lavagem a seco.
São umas das potencialidades fortes da província.
Nos últimos anos foram recuperadas e ampliadas diversas vezes, e as projecções – essas eternas metas – apontam para uma capacidade total de uns valentes milhares de toneladas de sal por mês.
A par da Macaca, as vizinhas salinas de Chamume esperam igual destino.
Na Praia da Macaca, restam ainda as ruínas desses tempos.
No areal repousa o que sobrou dos edifícios de fábricas de conserva e das casas dos pescadores do tempo colonial, que faziam deste lugar um ponto importante da rede de infra-estruturas de apoio à indústria de pesca.
Pescarias à parte, hoje em dia a Macaca é relaxamento total.
Ao contrário de outras praias da região que, especialmente aos domingos, se enchem de gente e de música (e ainda assim mantêm aquela magia benguelense que todos conhecemos), a Macaca é tranquilidade.
O mar aberto sobre um areal em curva suave escava uma pequena baía nestas rochas áridas que terminam abruptamente no mar.
Ao longe, vê-se a chamada Ponta dos Coqueiros, lugar central da vila da Baía Farta.
A sombra, aqui, é garantida pelas dezenas e dezenas de coqueiros e palmeiras bem alinhados que, quando crescerem, vão dar um outro ar – mais verde e fresco – à Macaca.
Esta promessa, que hoje é apenas picotado de árvores medidas, já fez com quem muitos rebatizassem a praia.
De Macaca para Palmeiras.