Angola ainda se encontra num estado de desenvolvimento bastante prematuro, com desafios para solucionar os problemas de saneamento ambiental, fome, pobreza, entre outros. Por isso, o desenvolvimento de Angola ainda irá requerer a utilização de muitos recursos naturais e biológicos, consequentemente danificando o ambiente. Sem contar que ainda existem outras indústrias que vão e estão a ser desenvolvidas e que irão acrescentar nos níveis de poluição nacional também.
No entanto, isto não significa que não possamos desenvolver de modo mais sustentável, utilizando os recursos e a energia de forma racional e compensando com atitudes ecológicas, para reduzirmos os impactos que temos no ambiente. Até porque, todo o impacto que temos no ambiente, acaba por também por impactar a nós mesmos.
É por essa razão que é fundamental que cada um de nós adopte hábitos responsáveis e conscientes, que apesar de “pequenos” podem fazer uma enorme diferença no planeta quando somados.
Ser ecológico em Angola é um desafio, e disso não há dúvidas. Mas todo desafio também tem alternativas e soluções. Ser ecológico, é pensar duas vezes antes de cada acção, e pensar de forma consciente: Será que isto vai impactar algo ou alguém? De que forma? Ajuda ou piora?
O elevado índice de pobreza, a falta de educação ambiental e poucas alternativas que criem condições e incentivos para que a população tenha um comportamento mais sustentável, são o principal desafio para os cidadãos em Angola. Ainda assim, aqui vão algumas dicas que qualquer indivíduo pode adoptar no seu dia a dia, para ir se tornando num cidadão mais ecológico:
-Poupe água durante o banho, ao cozinhar, ao regar, ao lavar a roupa ou a loiça, entre outros;
-Reduza o consumo de carne e introduza mais legumes locais na dieta alimentar;
-Não siga tendências. Tenha preferência por roupas duradouras, intertemporais e que realmente goste de utilizar. Evite comprar roupa nova, ao invés disso, procure adquirir roupas em segunda mão (em fardos), ou ainda fazendo trocas com amigos. Não deite roupa “fora”, utilize as suas roupas ao máximo, venda ou doe;
-Sempre que comprar um produto novo, opte pelos locais - costumam ser mais baratos, mais sustentáveis e contribuem para a economia local também;
-Diga não ao saco plástico (Regra Nº 1)! Sempre que for às compras, leve o seu próprio saco reutilizável ou cesto para pôr as compras e recuse sempre os sacos descartáveis oferecidos;
-Não utilize palhinhas de plástico. Quando for a um restaurante ou bar, peça sempre a sua bebida sem palhinha. Caso goste de utilizá-las, procure obter uma palhinha reutilizável que ande consigo quando sair. Já existem opções a venda como as de bambú, metal e vidro;
-Separe os seus resíduos em casa - as latas, recipientes e embalagens de plástico e vidro podem ser separadas e recolhidas por empresas ou catadores que conseguem vender e posteriormente tratar estes resíduos, ajudando estes a ter um sustento;
-Não deite os restos de comida, faça composto natural (adubo orgânico) e reduza o seu desperdício, tornando os solos mais férteis (perfeito para hortas/jardins caseiros);
-Procure cultivar alguns alimentos em casa, numa hortinha caseira. Ajuda a sua saúde e o ambiente;
-Tenha sempre um cantil/garrafa reutilizável consigo e evite comprar garrafas ou latas de bebidas; -
Evite o uso de loiça descartável. Pode até ter um kit de loiça normal consigo para quando for comer em sítios que sabe que costumam oferecer loiça descartável, inclusive festas;
-Mantenha as luzes apagadas quando não estiver num espaço e durante o dia procure aproveitar ao máximo a luz natural;
-Não deixe electrónicos ligados durante muito tempo. Desligue a TV, o computador e outros electrodomésticos quando não estiver a utilizá-los;
-Sempre que possível, mantenha as janelas abertas durante o dia ao invés de utilizar o ar condicionado;
-Leve o seu almoço/lanche de casa para o trabalho ou aulas e evite comprar comida, que normalmente é entregue em recipientes descartáveis.
Estas são as dicas gerais para repensarmos o nosso consumo e os nossos hábitos e assim reduzirmos a nossa pegada ecológica. Mas, ao mesmo tempo, uma das principais dicas que posso deixar é: investir na consciência. Para que estas dicas se tornem hábitos, precisamos entender o impacto que estas pequenas acções podem ter na nossa vida, na nossa saúde, na biodiversidade, na nossa comunidade e no nosso meio.
Lembra-te que ser ecológico começa por saíres da tua bolha, começa por perceberes que somos uma peça fundamental no mundo em que vivemos e na comunidade em que estamos inseridos, tudo o que fazemos impacta algo e/ou alguém
. E não te esqueças: aprende e transmite! Transmite bons valores, transmite conhecimento sobre a consciência, partilha a tua experiência, desafios e soluções com outros. No fundo todos somos ambientalistas e podemos ser ecológicos, basta querer, ter paciência connosco e com o processo - porque a sociedade está formatada a ser consumista.
A pergunta é: que Angola e que mundo gostarias de ter?
Fonte: Goetheinstitut